A época que estamos a viver suscita-nos atitudes mais interventivas na solidariedade e no compromisso político.
Desde logo, porque temos vivido num tempo estranho que tem escapado à nossa vontade, face aos acontecimentos pandémicos que nos têm colocado perante a pequenez da nossa vontade individual e coletiva.
Assim sendo, importa responder a tais desígnios imprevisíveis e nefastos com espírito de solidariedade pela partilha de bens materiais e espirituais, alimentados com a troca de afetos com os membros das nossas comunidades, das nossas instituições, na comunhão dos problemas dos outros como se nossos fossem.
Sabemos que as pessoas reagem de formas distintas, de acordo com a proximidade física, mas importa salientar que somos, cada vez mais, cidadãos do mundo, que dependemos, para o bem e para o mal, uns dos outros.
Não faz sentido afirmar que os problemas dos que vivem nos nossos antípodas não nos dizem respeito. Tal não é verdade. E se assim deve ser com toda a humanidade, mais razão deve haver para responder aos problemas que assolam os nossos vizinhos, e, no caso vertente, os associados das instituições a que pertencemos.
Não se trata de “caridadezinha” mas de partilha séria dos bens, de qualquer natureza com os nossos vizinhos e concidadãos.
Por outro lado, ocorrerão, a 30 de janeiro próximo, eleições legislativas, nas quais é imperioso criar condições, pelo voto responsável, para a governabilidade do país, sob pena de continuarmos a perder o “comboio” do progresso.
Se não houver condições objetivas para a formação de um governo estável, qualquer que seja a sua composição, difícil será avançar no caminho de reformas sérias e sustentáveis.
Poderão dizer que é difícil, mas cabe a todos e a cada um de nós contribuir para que tal objetivo se concretize.
Por isso, devemos todos votar, fugindo à cómoda e irresponsável abstenção.
As lições da História exigem-no.
Dr. Francisco Barbosa da Costa,
Presidente da Mesa do Congresso
Last modified: 26 de Janeiro, 2022